História de Jaca

Jaca é uma cidade com uma história muito extensa, que desde vários séculos antes de Cristo foi forjando a sua identidade. Passagem fronteiriça, fortaleza militar, aldeia de agricultores, sublevações militares, residência real, tudo isto foi acontecendo em Jaca até aos nossos dias.

As origens da cidade de Jaca remontam a cerca de 10 séculos antes de Cristo, quando, segundo rezam todos os escritos, os jacetanos assentaram nestas terras, uma cultura dedicada à criação de gado e à agricultura. A presença desta população foi confirmada pelas diferentes excavações arqueológicas efectuadas na zona, um estabelecimento que se manteve até ao século II a.C., quando chegaram os Romanos.
Com os Romanos, cedo começaram a ser feitas vias de comunicação e a cidade começou a crescer e a constituir-se como tal, uma prosperidade que permaneceu até ao século III da nossa era, época durante a qual os saques nos vales e caminhos próximos de Jaca fizeram com que ninguém se aproximasse da cidade, ficando cada vez mais despovoada devido à presença dos salteadores, uma situação que conduz ao abandono da cidade e à deterioração das suas muralhas.
Este abandono da cidade teve lugar aproximadamente entre os séculos V e X, cinco séculos nos quais Jaca passa pela história sem qualquer facto a assinalar. No ano 935, o conde aragonês Galindo Aznárez mandou construir o Mosteiro de San Pedro de Jaca, indo para lá viver os monjes de San Pedro de Sirena. Jaca tornava a respirar, voltava à vida.
No século XI, Jaca volta a ganhar importância, sobretudo no domínio da agricultura e da criação de gado. A povoação volta às suas origens, auspiciada pela Coroa de Aragão, uma relação que tem o seu momento histórico quando o Rei Sancho IV a converte em cidade, no século XI. Para além disso, Jaca passa a ser a residência dos monarcas, bem como um ponto chave no Caminho de Santiago.

Em finais do século XIV, Jaca volta a sofrer outro revés, com os incêndios e a peste, mas Jaca já tem vida própria como cidade e importancia. Desta forma, Fernando, o Católico, inicia rapidamente a restauração da cidade e do seu Governo local. Jaca era uma cidade demasiadamente valiosa na defesa de invasões estrangeiras para ficar esquecida. A esta praça miltar, Felipe V concede o distintivo de "Muy Noble, Muy Leal y Muy Vencedora", após repelir com êxito invasões, tais como por parte de austríacos e franceses, que chegavam pelos Pirinéus. Há que destacar que em 1705 foi a única cidade que manteve o seu apoio ao Rei Felipe. Um outro momento histórico foi a sublevação vivida por Jaca, em 1868.
Já no século XX, temos o que conhecemos como o grande desenvolvimento da cidade, o momento da sua expansão, tendo o derrubar das muralhas medievais, em 1914, sido o primeiro passo; o Plano Urbanístico de Lamolla ...
Em 1930, a historia volta a destacar Jaca: é nesse ano que tem lugar a sublevação republicana, sublevação esta que termina com a condenação à morte dos sublevados.
Com o passar do tempo, Jaca vai usufruindo do seu crescimento, colocando os alicerces da cidade que conhecemos hoje. O Festival Folclórico dos Pirinéus, que se celebra ainda hoje foi criado em 1945.
A segunda metade do século XX marca o lançar definitivo de Jaca: com o passar dos anos, a sua economia deixou de ser eminentemente agrícola e ligada à criação de gado, passando a ser mais turística. A Estação de Caminhos de Ferro de Canfranc é a pedra angular deste desenvolvimento, uma vez que as infra-estruturas fizeram com que esta cidade pudesse crescer até aos nossos dias e que o turismo se instale neste lugar. As estâncias de ski de Astún e de Candanchú assim o tornaram realidade.